Data lembra luta por igualdade e continua produzindo reflexos na sociedade atual
O Dia Internacional das Mulheres de 2023 tem como tema “Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para igualdade de gênero”, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Nos últimos tempos a participação da mulher na área tecnológica, antes predominantemente masculina, evidencia que a luta pela igualdade de gênero é cada vez mais justa e necessária.
A pandemia da Covid-19 é um dos fatos da história recente que corroboram a justiça da reivindicação pelo tratamento igualitário, respeitoso ao protagonismo da mulher nas sociedades. Debruçadas em bancadas dos laboratórios, pesquisadoras e cientistas, ao redor do mundo, mostraram a relevância da participação feminina na ciência ao possibilitar que milhões de vidas fossem salvas a partir do desenvolvimento de vacinas contra o temido vírus Sars-Cov-2.
Contudo, não é só na área da saúde que mulheres” "comuns e anônimas” ou "famosas e excepcionais”, mas todas igualmente incríveis, têm demonstrado sua relevância, viabilizando o desenvolvimento do Brasil. Ainda bem que elas estão por toda parte: nas famílias, na educação, na política e na esfera social, empresarial, etc!
Na Fundação Educacional Caio Martins, elas têm papel preponderante na formulação de ações estratégicas de educação para a autonomia do ser humano. Os centros educacionais e escolas da Fundação abrigam variados cenários onde se desenrolam enredos da vida cotidiana com exemplos que inspiram.
Nathália Ferreira Martins, 33 anos, é um deles. Aluna do curso técnico de agropecuária do Centro Educacional da Fucam em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ela tem sido favorecida, não só dos conhecimentos adquiridos, como também das possibilidades ofertadas pela Fundação para a geração de trabalho e renda. Dona de casa e mãe de três filhos adolescentes, Nathália ainda faz bolos para vender e a Feira Livre promovida pela Fundação no município é um dos locais onde ela pode expor seu produto. Relata que a já participou de algumas edições da feira onde sua produção “tem ganhado visibilidade”, o que considera positivo para seus planos de crescimento. “ A minha intenção é ser uma grande boleira aqui de Esmeraldas. Quero ser referência nos bolos. Estou estudando, me capacitando, dia após dia me dedicando,” pondera.
A educação e a capacitação visando desenvolvimento integral do ser humano podem ser vistas além das salas de aula nas dependências da Fucam. Neste dia especial de comemoração pelo Dia Internacional da Mulher, vale ressaltar a participação de meninas em cursos nos quais, em tempos passados, predominava a presença masculina.
O curso técnico em agropecuária do Centro Educacional de Januária tem cerca de 30 meninas do 1º e 2º anos do ensino médio sendo preparadas, capacitadas dia a dia para gerar valor na comunidade onde vivem, contribuindo com o desenvolvimento sustentável da economia local. Márcio Ramos David Soares, professor de agricultura, associativismo e intervenção comunitária, diz que as meninas participam das aulas com bastante interesse, “correlacionando bem as vivências da agricultura de fora da escola com as nossas aulas práticas”, avalia.
São muitas as situações que evidenciam o valor da participação feminina na sociedade contemporânea e elas fazem coro com todas as vozes que clamam pelo respeito à igualdade de gênero.
Por que 8 de março?
De forma mais ampla, a celebração do Dia da Mulher marca a luta feminina por melhores condições de vida e trabalho. A partir do século 19, com a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra, as mulheres eram submetidas a jornadas de trabalho longas e exaustivas, além de condições insalubres nas fábricas e indústrias de países europeus. Elas eram obrigadas a trabalhar em ritmo frenético por 14 horas ao dia.
Nesse contexto de expansão industrial ainda no século 19 e da 1ª Guerra Mundial nas primeiras décadas do século 20, surgem as manifestações feministas por respeito à dignidade da mulher.
Em 8 de março de 1917, milhares de russas se reuniram em passeata reivindicando direitos para o gênero feminino. Assim, nos anos seguintes, o Dia das Mulheres permaneceu sendo celebrado naquela data pelo movimento socialista, na Rússia e nos demais países da União Soviética.
A luta feminista seguiu ativa por décadas, até que em 1975 a ONU reconheceu o 8 de março como uma celebração dos direitos femininos, estabelecendo a data como o Dia Internacional das Mulheres.
Fotos: Arquivo